Há coisas que são sagradas.
Sagradas porque mostram a nossa fragilidade,
há que se respeitá-las.
Porque nos elevam espiritualmente,
há que se reverenciá-las.
Porque são belas,
há que se apreciá-las, extasiar-se com elas.
Porque são justas,
há que se praticá-las.
Sagradas porque humanas,
há que se compreendê-las.
Por isso o sentimento é sagrado.
O amor e a amizade são sagrados.
A sensibilidade também.
A arte é sagrada.
A dor e a alegria, sagradas.
A vida e a morte – há que se curvar perante cada uma.
La Pietà – Michelangelo Buonarroti - 1499
Ética é a reverência frente ao sagrado.
La Pietà – Michelangelo Buonarroti - 1499
Ética é a reverência frente ao sagrado.
Amor é o cuidado ao sagrado.
Mas o que é o sagrado?
Tudo o que nos inspira profunda veneração,
aquilo que nos faz dobrar os joelhos.
O que nos comove, movendo-nos com.
O que nos revela uma realidade absoluta.
O que é inviolável por ser nobre, indefeso,
muito frágil ou grandioso.
Assim, percebo o sagrado.
O nosso coração é o tabernáculo dos sentimentos.
Quanto mais exposto, maior o respeito.
Quanto maior a confiança, maior a reciprocidade.
Grande silêncio, maior a compreensão.
Respeitar o sagrado é respeitar-se.
Possuir o sentido do sagrado é sacralizar-se.
Viver o sagrado é consagrar-se.
Sacratíssimo,
Estou de joelhos!