DA GLÓRIA AO SÃO BENTO
Ao meu padrinho e tio, Francisco Rabello Campos,
Sr. Chiquinho Campos, com muito amor e gratidão,
por ter proporcionado tantas alegrias a nossa infância,
através da sua acolhida sempre carinhosa
e generosa em sua fazenda.
Sr. Chiquinho Campos, com muito amor e gratidão,
por ter proporcionado tantas alegrias a nossa infância,
através da sua acolhida sempre carinhosa
e generosa em sua fazenda.
Era sábado, férias.
Certo o passeio na roça
rumo ao São Bento.
rumo ao São Bento.
Estrada poeirenta
subia a serra,
descia a serra.
Caminhada e casos.
Meu pai fortalecia em nós
laços com a terra,
laços com a família,
laços com o passado.
Presente e pretérito
aliavam-se em histórias:
Zé Rato, comadre Idalina,
Zé Pereira e Naninha,
João Neco, Balbina,
Marquinho, Zé Mamede.
Os Campos e sua gente,
atores do São Bento,
desfilavam na memória
e nos exemplos.
Sob a gameleira
um filete d’água fazia de conta.
Fim do trajeto – uma légua de passeio.
O ribeirão chamava
e a gente ia.
Água espalhada, chapeada
e misturada com risos e nomes feios.
Festa molhada de alegria.
Mas o puxa-puxa do tio Chico
ganhava a corrida do dia.
Cuités à beira da tacha.
O puxa-puxa na água chiava
O puxa-puxa na água chiava
e borbulhava sua delícia.
Língua queimada
e o céu na boca. Arada!
Cheiro de curral e rapadura.
Pés na lama e na água da bica –
prazer duplicado.
Prosa na varanda,
agrados sobre a mesa,
roseiras, terreiro de café:
riquezas do tio Chico;
- tio não, menina, padrinho!
Nossa alma voltava
lavada e iluminada
lavada e iluminada
pelos matizes do dia,
prendas do tio
e cuidados paternos.
Carinhos de mãe
e fartura de quitandas
e fartura de quitandas
antecipavam o sono
no reino da Glória.
Benza Deus!
Celina Rabello – 07/01/2013