IPÊS
Para Marcus Vinícius, meu filhinho, que fotografa
as belezas de Belo Horizonte e valoriza as paisagens brasileiras.
Para Marcus Vinícius, meu filhinho, que fotografa
as belezas de Belo Horizonte e valoriza as paisagens brasileiras.
Das janelas do trabalho, ardilosa,
mergulho nas flores dos ipês,
gazeteio em
diversos tons de rosa,
criando, para
noivas, os bouquets.
Transeuntes sérios, apressados,
ignoram as copas em quermesse.
Robôs e pagantes alheados
não vêem os ipês, que em suas preces
celebram, com flores delicadas,
a vida que em beleza agradece.
Espetáculo barroco e modernista,
gratuito, fortuito e singular,
jardim suspenso para a vista,
matiz rosado e sem par.
disputam a moldura deste quadro
que, pintado em nuances e finesse,
adornaria melhor aquele adro
de solitários ocupados a catar,
do passado, as doces lembranças
do que viveram e perderam e amaram.
transporta-me, em viagem imaginária,
a um tempo e idade bem festiva.
Atravessa-me e extravasa em poesia,
dos ipês, a beleza solitária,
de BH, as cores fugidias
a escorrer nas calçadas salpicadas.
Celina Rabello – BH 25/09/17