A (FÔ)RMA
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lugar de não pensar;
-
caixa onde não mora a dúvida;
a "verdade", aplaudida, vem de fora.
A
realidade é a da caverna –
de
costas para a saída,
assistir
ao desfile das sombras.
Estáticas,
marionetes submetidas
veem
o filme único.
Não
me encaixo.
Não
caibo em comporta.
De
Dom Quixote, a combatividade,
de
Riobaldo, o rabo do pensamento
do
quinto reino – justo e igualitário.
Do
mar, não virá a nau
de
Dom Sebastião.
Há
que se construir a história.
Há
que se aprender com a história.
Fotografar
a realidade e re-fletir
nas
águas do cotidiano, o percebido,
não
sucumbir como Narciso.
No sofrimento humano
ungir
a solidariedade,
forjar
a justiça e festejar
o
voo da liberdade.
Me
espanto, me admiro,
questiono,
investigo.
Busco
outras respostas,
não
banalizo a dor.
Não
aceito o quase.
Meu
sentimento é sempre mais.
Me
importo por inteira.
Meu
coração bate ora no peito,
ora
na mão.
Minha
utopia, minha vertigem
é
a pluralidade aceita, a unidade humana.
Não
me predeterminem, não me submeto.
Aceitar
não é se con-formar,
é
aguardar a hora de agir.
Celina
Rabello - Belo Horizonte, 17 de agosto de 2019