terça-feira, 13 de setembro de 2011

ECOS DE EROS





Por você, eu dancei na chuva,

saltei de pára-quedas,

embarquei em aventura de alpinismo.



Defini-lo? Como?

Misto de sonho e pesadelo.

Encruzilhada e decisão,

emaranhado de um novelo.



Já o despachei para o espaço

em rabo de foguete,

relâmpago e trovoada.

 

Mas você volta a cada estação,

para o meu poema e desalento,

para minha cabeça e coração,

como cutilada e, também, unguento.


 

No Panteão grego,

tão poderoso como Apolo,

 que comanda o tempo

e arrasta as horas,

cortando com seu carro de luz

o céu, de fora a fora,

amedronta o Olimpo

e sua ação, na Terra, revigora.




Seu nome é Eros,

transvestido em Thánatos,

coração de ferro, entranhas de bronze.

Atemporal, ponteiro e norte

da bússola ou grande cilada,

consubstanciada em vida e morte.




Meia face iluminada,

fração em sombra.

Forçado a submergir,

aflora, emerge, não tomba,

acena naquela cor mais esperada

e, em plena madrugada,

me acorda e vem me seduzir.



Celina Rabello – 11/09/2011