RETRATO
Deste retrato causal, imaginário,
reflexos e ecos de uma ausência
fotografam rios de distância e espera,
montanhas de segundos enfileirados –
soldados estáticos e de chumbo.
Lembranças, em
degredo, convocadas,
palmilham, entre
pedras,
o caminho tortuoso da
vontade.
E do barro esquecido e
desolado,
sua imagem, pela
memória, esculpida,
ressurge do exílio, atônita,
aturdida,
bêbada, ainda, pelo sono
exorcizado.
E nesse marulho interno sufocado,
redemoinho e vertigem navegados
em sombra, luz, azul-cobalto,
caos e cosmo se entrelaçam
na construção-lembrança da essência,
daquilo que em mim é sua falta.
Celina Rabello – 22/09/2013
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