ESPERANÇA
A
esperança é menina travessa.
Quando
pensamos que a perdemos,
ela pula
o muro do desânimo
e se mostra fresca, verde, renovada.
Sua
casa é a alegria destemida.
A
ponte fronteiriça balança
entre suspiros
e risadas,
entre o
passado e o futuro.
Em
nós, ela é amiga da criança confiante,
confidente
da adolescente sonhadora,
ânima da
jovem que enfrenta o mundo.
Desafia
a adulta machucada –
repositório
de lembranças e saudade.
Íntima de sonhos, planos e projetos
é arquiteta
da utopia,
designer
minuciosa de castelos voadores
que transcendentes,
às vezes, pousam
e
fincam alicerces em nossas vias.
A
esperança tem luz própria,
não há
grades ou cancelas para ela.
Entra
pela janela entreaberta e distraída,
invade
o coração em desalento,
envolve-o
em véus de confiança,
acalenta-o
com cantos de alegria,
nutre-o
de infinitos amanheceres,
faz
dele seu templo e relicário
e desabrocha em vida e promessas.
Celina
Rabello – 09 de abril de 2024
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