domingo, 6 de outubro de 2013

RETRATO




Deste retrato causal, imaginário,
reflexos e ecos de uma ausência
fotografam rios de distância e espera,
montanhas de segundos enfileirados –
soldados estáticos e de chumbo.


Lembranças, em degredo, convocadas,
palmilham, entre pedras,
o caminho tortuoso da vontade.
E do barro esquecido e desolado,
sua imagem, pela memória, esculpida,
ressurge do exílio, atônita, aturdida,
bêbada, ainda, pelo sono exorcizado.




E nesse marulho interno sufocado,
redemoinho e vertigem navegados
em sombra, luz, azul-cobalto,
caos e cosmo se entrelaçam
na construção-lembrança da essência,
daquilo que em mim é sua falta.


 Celina Rabello – 22/09/2013