sábado, 30 de abril de 2011

                


INVASOR
                                                



Que coisa é esta?

Que quebranto é este?

Instaurou-se e aperta o peito.

Dos olhos, como nascente,

rola em penhasco macio;

sacode seu pensamento,

viaja em trilhos do tempo

e abre trilhas no espaço.



Que coisa é essa

tão amarga e doce?

Hospeda-se em sua cabeça

e muda-se pro seu coração.


                                                                                    
 
Vem mascarada e em código –

caleidoscópio sem lógica –

de cacos fluorescentes.

Desvela imagens passadas

que anestesiam o medo,

adormecem o vigia

e escancaram sua porta. 



Sem cartão ou convite,

sem licença ou senha

vai entrando, se instalando

e logo se acomodando

como se fosse de casa.



Bota pra fora o juízo,  

explora o imaginário

e sem pejo ou siso

se arrancha, decide, comanda.

Não se importa com a tese,

despreza as suas hipóteses.

E prova, sem prova alguma,

o seu falaz corolário.



Celina Rabello – 24/04/2011










































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