terça-feira, 9 de setembro de 2014


MEU SONHO



Estatura de cordilheira,

dimensão de hemisfério,

vista de falcão sobrevoante.



Pegasus, de porte surrealista,

descobre os dois lados da muralha.

Cavalo, de estratégia inusitada,

viaja com a luz o espaço-tempo,

em delírio, atravessa a jornada,

na perplexidade do possível inconquistado.





Leva, neste voo sem fronteira,

a menina antiga confiada,

a ninfeta inocente e sonhadora,

a mulher-leoa determinada.



Do alto de sua madureza, ele espia

o amor que desconhece obstáculo,

a borboleta e suas fases às avessas.



O vento traz notícias do passado

- canto de sereia, flerte solerte -

a água  escorreu sob a ponte

e o moinho do presente está inerte.


Serra da Mantiqueira - Minas Gerais

E agora, cavalo alado?

A cordilheira esfarelou-se,

o hemisfério acinturou-se

 e as asas do falcão perderam as forças,

no infinito das possibilidades.



O sonho humano é uma promessa,
uma não se realiza,
outra utopia se instala.
Novamente, o real transfigurado,
 interditos violados.
Da frustração, pegamos o segundo eixo.
Voa, Pegasus!
O céu é o limite.





Celina Rabello – 10/02/2014

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