Primavera no ar.
Parto de cores,
gestação de amores.
Lampejos do eterno,
Puro alumbramento.
Recomeço...
Mas de onde, meu Deus?
Retomar o fôlego,
desacelerar o passo,
acertar o descalabro
desse descompasso.
Encruzilhada ou cilada?
Brotos arrebentam
em árvores novas e velhas.
A vida não tem preconceito.
Zumbidos, arrulhos, rumores.
Ou serão novos amores?
A química da natureza copula.
O coração grávido da mente,
que mente, mente, mente,
transborda, transtorna, transporta.
Transita e transgride as regras
do inverno aprisionante.
Reconstrói o sentido perdido
e o elo assim reavido,
integra uma nova corrente.
Torrente de vida que emerge
e alaga a planície do espírito.
O movimento inunda a inércia.
A vida não é resposta.
Corre cheia de perguntas
e escorre em labaredas
que florescem e frutificam-se
em sabores e dissabores,
flores, cores e dores.
A ousadia da estação
pede nova perspectiva-
reinventa um coração.
Ávida a vida nascente,
traz a liberdade latente
e coloca em sua mão
uma flor-estrela cadente.
É sua a decisão.
Celina Rabello – 24/08/09
Nenhum comentário:
Postar um comentário