segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

RENASCIMENTO



Ao meu pai - Dr. José Rabello Campos


A águia está ferida,
mas não está morta.
Arrancou as suas penas,
arrancou as suas garras,
bateu o próprio bico,
na rocha espatifado.
Despojou-se do antigo,
ergue-se das cinzas,
renova-se para a vida.

Mergulha no infinito,
no pensamento voa,
com o sentimento voa.
Vislumbra horizontes,
descobre outros mares
e atravessa novas pontes.

Em paz com os desacertos,
percorre o labirinto.
Às costas, a aljava,
à mão, leva a espada
e o novelo desatado,
que aponta para a luz.

Guerreira da vontade,
integra o Minotauro,
resgata a inteireza,
assume a unidade.

Primogênita da espuma,
renasce nova Vênus.
A pérola na concha -
tesouro e coração.
O Norte é o rumo.
A vida é a seta.



Celina Rabello - 06/06/2009

Dr. José Rabello Campos

Pai e marido amoroso, caracense de escol e de coração, amigo leal, virginopolitano devotado, advogado e defensor dos pobres, professor, latinista e poliglota, poeta, cronista , conhecedor profundo de teologia, direito canônico, filosofia, história universal e música.






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