terça-feira, 9 de abril de 2024

 

ESPERANÇA 



A esperança é menina travessa.

Quando pensamos que a perdemos,

ela pula o muro do desânimo

 e se mostra fresca, verde, renovada.

 

Sua casa é a alegria destemida.

A ponte fronteiriça balança

entre suspiros e risadas,

entre o passado e o futuro.

 

Em nós, ela é amiga da criança confiante,

confidente da adolescente sonhadora,

ânima da jovem que enfrenta o mundo.

Desafia a adulta machucada –

repositório de lembranças e saudade.

 

Íntima  de sonhos, planos e projetos

é arquiteta da utopia,

designer minuciosa de castelos voadores

que transcendentes, às vezes, pousam

e fincam alicerces em nossas vias.


A esperança tem luz própria,

não há grades ou cancelas para ela.

Entra pela janela entreaberta e distraída,

invade o coração em desalento,

envolve-o em véus de confiança,

acalenta-o com cantos de alegria,

nutre-o de infinitos amanheceres,

faz dele seu templo e relicário

 e desabrocha em vida e promessas.

 

Celina Rabello – 09 de abril de 2024