INVASOR
Que coisa é esta?
Que quebranto é este?
Instaurou-se e aperta o peito.
Dos olhos, como nascente,
rola em penhasco macio;
sacode seu pensamento,
viaja em trilhos do tempo
e abre trilhas no espaço.
Que coisa é essa
tão amarga e doce?
Hospeda-se em sua cabeça
e muda-se pro seu coração.
Vem mascarada e em código –
caleidoscópio sem lógica –
de cacos fluorescentes.
Desvela imagens passadas
que anestesiam o medo,
adormecem o vigia
e escancaram sua porta.
Sem cartão ou convite,
sem licença ou senha
vai entrando, se instalando
e logo se acomodando
como se fosse de casa.
Bota pra fora o juízo,
explora o imaginário
e sem pejo ou siso
se arrancha, decide, comanda.
Não se importa com a tese,
despreza as suas hipóteses.
E prova, sem prova alguma,
o seu falaz corolário.
Celina Rabello – 24/04/2011
explora o imaginário
e sem pejo ou siso
se arrancha, decide, comanda.
Não se importa com a tese,
despreza as suas hipóteses.
E prova, sem prova alguma,
o seu falaz corolário.
Celina Rabello – 24/04/2011