quarta-feira, 11 de abril de 2018





AVANTE!


Aos trabalhadores brasileiros, que não se entregam ao sistema opressor, a todos 
os que lutam pela democracia, pela justiça social e pela soberania da nossa Nação. 



Pisotearam nosso jardim.
Escavaram a nossa mina,
roubaram o nosso tesouro,
nosso esforço, nossa construção.


Trituraram a nossa alma.
Aprisionaram a nossa esperança,
esquartejaram as nossas conquistas.
Rasgaram a Magna Carta,
esmagaram os direitos civis.


Trabalhadores perderam o chão.
Aos pobres sobrou a margem dos excluídos
sem abrigo, sem rumo, sem norte.



As veias do país estão sangrando:
nossas riquezas saqueadas,
bases militares instaladas,
a justiça "desvendada",
os corruptos no poder,
nosso povo abandonado.


O imperialismo exige as partes
gordas da caça, aos apoiadores
distribui óculos cor-de-rosa.


O Brasil golpeado, escravizado,
caranguejando volta a ser colônia.
A Latina América ameaçada,
pressionada, subjugada.

O celeiro do mundo, controlado,
a produção escoará para a metrópole,
a grande atravessadora.
E o mundo ainda não se deu conta
do que está em jogo, de que é sempre
o atravessador que ganha,
 pagará mais caro ao controlador.


Nossa água doce será dominada,
as empresas da União privatizadas,
a indústria nacional rendida,
nosso petróleo apropriado, refinado 
 e transformado por mãos estrangeiras.
A soberania nacional, água abaixo,
 transbordará as contas bancárias
e o PIB de outro país.


Aos que esperneiam e berram
contra a mordaça e o cabresto,
as críticas e o repúdio dos entreguistas ou
 vendidos, dos iludidos, dos enquadrados.




O “Grande Irmão” manipulou,
legislou, judiciou e domina
como a besta apocalíptica,
que desconhece a força
da semente sob a luz.


Os alienados dormem,
mas não há caminho de volta
para a consciência ampliada.
 Avante, companheiros!




Celina Rabello – 09/04/2018



“-Laços fora, soldados! As cortes querem mesmo escravizar o Brasil.

Cumpre, portanto, declarar já a nossa independência. Desde este momento estamos, 
definitivamente, separados de Portugal: Independência ou Morte seja a nossa divisa!

Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil.”

Pedro I – Imperador do Brasil     

2 comentários:

  1. Avante, companheira,Celina! Bela reflexão! Como trabalhadora na área da Arte, te agradeço por este manifesto, amargo como está, como tudo neste País: a poesia é perfeita, e a situação nos afeta implacavelmente. Mas devo afirmar que é preciso cérebros livres. Capazes e discernir e reconstruir um novo caminho que supere esse momento.Estamos vivendo o próprio Ensaio sobre a Cegueira, tão bem romanceado por José Saramago. Nesse caso, poucos como vc têm a visão. Um abraço.

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  2. Obrigada, Mary! Que nossa esperança de um país mais justo se concretize. Meu abraço carinhoso e fraterno.

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