SEIXO
Um
seixo rola
no
riacho cheio.
É
areado, pega limo, muda de cor.
Vai
aonde ninguém vai.
Às
vezes não vai.
Para,
estaca, sente.
Partilha
com as poças
a luz,
a sombra, o verde.
Na sua
estrada líquida
emerge,
às vezes, afunda.
Rola
depressa, devagar, ritmado.
Simplesmente
segue.
No bamboleio do movimento,
na
água derrama sua mutável forma.
Celina
Rabello – 1º de março de 2018