sexta-feira, 31 de maio de 2013


ESTRADA  REAL

Ao meu filhinho, Marcus Vinícius Campos Bandeira, que curte as belezas da  Serra da Piedade, linda adjacência da Estrada Real, desejando que sua jornada pessoal seja marcada pela riqueza do coração, repercutida no sucesso material e no cultivo espiritual.



 Minas, a terra conversa com o céu.
Montanhas ensimesmadas,
docemente despertadas,
 fazem o diálogo azul.

De alturas feitas em pedra
salta o diamante líquido.
E os vales férteis saciados
rabiscam o próprio leito
de roxo, prata e  dourado.

Ouro Preto se aproxima.
 Das serras o verde fluorescente
pinta-se aqui e ali
de sombras e cores. 
Os olhos veem, o coração sente
as cores de Minas...
as flores de Minas...
as chagas de Minas
abertas pela avidez do lucro
 em forma de minério.


Pátria Minas.
Campos dos Gerais.
Relevos e grotas,
preciosidades mineiras -
recato de moça roceira -
desvelado por vistas e curvas,
sensualidades da estrada real.

Grutas e cavernas,
cachoeiras e rios,
cidades e vilarejos,
sítios arqueológicos,
adjacências naturais,
riquezas culturais,
fotografias da história.

Recortes profundos no relevo,
a arquitetura da natureza
põe altares nas serras de Minas
e o olhar paira em adoração.
Nessas paragens o belo
margeia a estrada elo,
janela colonial e contemporânea.


De Villa Rica a Paraty,
da colônia à metrópole
escoaram pedras e ouro;
circularam palavras, ideias:
independência e liberdade,
valores e patrimônio
saídos do ventre de Minas,
tesouros incalculáveis.

Caminho velho,
caminho novo,
caminho dos diamantes,
descaminhos de riquezas.
Linha para o passado e o presente,
legado tangível e intangível.
Pilar da nossa memória.




Estrada do rei.
Estrada da lei.
Estrada da grei.

Celina Rabello – 1º de Junho de 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário