terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CHUVA EM MINAS





Torres, telhados, jardins
lavados e enxaguados.
Nariz, boca e vidraças se encontram.
As montanhas e as nuvens se tocam.
Meu coração reflete o céu escuro.
Fios de água doce e salgada escorrem.
Onde se escondia tanta água?


Em dia triste assim,
gosto de pensar no céu
que fica acima das nuvens.
De uma torneira especial
é derramado o azul celeste.
Às vezes, o azul se cansa,
chama suas irmãs
e brincam de pular corda.


Ao saltar, de ponta a ponta,
as cores de uma só vez,
é traçada uma curva
na ribalta do horizonte.
 

Esse arco desenhado,
como ponte atravessado,
sabe bem todo menino -
é a união do sol com a chuva
e somente aparece,
em casamento de viúva.

Meu pensamento renovado,
pelas sete cores pintado,
transmuta dores e pranto,
em coloridas lembranças.
E a vida – uma criança,
começa a brincar de roda.


O giro é tão veloz,
na viagem pelo tempo,
que os sentimentos multicores
ao parar roda e canto,
tornam-se brancos de espanto.


A deusa Íris, no entanto,
que a tudo assistia,
abençoa a ciranda
devolvendo-lhe as cores,
conforme a mitologia.


As memórias enfileiradas,
já nas cores primitivas,
formam uma linha ovalada
brilhante e muito viva.


O arco-íris das lembranças
junta-se ao surgido no céu,
renovando a esperança
e a trama daquele véu.


Uai, cadê a chuva?



Celina Rabello – 08/10/2009



Arco-íris em Virginópolis- MG































































































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