segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

NA CURVA DO ARCO-ÍRIS



O dia rompeu em aleluias,
músicas, hosanas e loas.
Meu coração em auroras,
espera.

Preparo a mala de sonhos,
acerto as asas do tempo
e chamo-te em pensamento.
Nosso encontro está marcado
em algum lugar do arco-íris.
Numa esquina do infinito,
sem limite de horizontes.

Como viajante do tempo,
desvencilhado do medo,
escorregando nas cores,
você chega de mansinho.
E na curva do arco-íris,
em almofadas de nuvens,
costurando lembranças,
eu aguardo o seu carinho.


Sua chegada é festiva.
Reboam todos os sinos.
As cores se tornam mais vivas.
Musas entoam os hinos.

Dançarinos do nascente,
em ritmados compassos,
iniciamos a dança,
desse sonhado enlace.

O sentimento contido
por anos, meses e dias,
explode agora em abraços,
sem peias,correntes ou laços.
Não existe dissonância,
reina agora a harmonia.


Emoldurados de luz,
em roupagem de nobreza,
nesse encontro planejado
e promovido pela fé,
somos agora transmutados
em Eros e Psiqué.

Os deuses são esperados.
Hermes, o mensageiro divino,
encarrega-se dos convites.
Usando seu grande tino
e toda diplomacia,
cativa muitos do Olimpo.
Eles chegam apressados,
com palavras de meiguice,
abençoam a união
sacramentada nas cores,
aspergida com perfumes
e múltiplas pétalas de flores.


Começa a sinfonia.
Ouve-se por todo o céu,
a mágica flauta de Pã
e a doce lira de Orfeu.
É exibida uma alegoria
pelos duendes e ninfas,
elfos e muitas fadas,
e inicia-se a dança,
das criaturas aladas.

Hera, a deusa real,
dirige toda a festa.
Afrodite, a poderosa,
de beleza indizível,
do amor e dos desejos,
senhora absoluta,
traduz nossos anseios,
aprova a nossa conduta,
de usar divinos meios
e conquistar o intangível.

Atená, a grande deusa,
das cidades guardiã,
tece guirlandas de cores,
nos tons de uma romã.
Com arte e muita graça,
coroa as nossas cabeças.


Baco serve as taças
de vinhos com seus olores,
na mesa ornamentada
de velas, frutas e flores.

E assim abençoados,
pelos deuses celebrados,
sob a proteção de Apolo,
na dourada carruagem,
escoltados pelas ninfas,
comandadas por Aurora,
iniciamos a viagem,
rumo ao nosso destino
e aos belos sonhos de outrora.

Na mais pura alegria,
sob um teto constelado,
numa total sintonia,
e profunda inteireza,
descobrimos a verdade,
vivenciando a unidade,
com toda a natureza.

Realizou-se nosso sonho,
acabou-se toda espera.
Em um amanhecer risonho,
longe de toda quimera,
os grandes apaixonados,
Eros e Psiqué,
de Afrodite afilhados,
firmaram com grande fé,
essa nova aliança,
que selou os seus destinos,
premiando a confiança
nos sentimentos mais finos.

Celina Rabello - 30/08/2009




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