domingo, 20 de fevereiro de 2011

FONTE


Com amor, ao meu filhinho - Marcus Vinícius

 Do fundo da terra,
a nascente reclama,
quer subir, emergir,
sair do seu poço.

A ascensão é difícil,
é longa, é estreita,
é cheia de manha.
Há pedras, raízes,
que dificultam a subida
e sufocam e apertam
a garganta da fonte.

Porém, ela insiste,
seu destino é a luz.
E sobe altaneira
e avança a fronteira,
ganha força e reluz.

A fonte intrépida
borbulha de vida,
marulha, cochicha
as esperanças reavidas.
Salta agora em olhinhos
ao mundo abertos,
que em rio incerto,
já teimam correr.

Explode em cascata,
em seu leito enlaça
raízes e pedras,
que abençoam a graça
da estrada convite
do concreto ao abstrato,

do ciclo infinito.


Celina Rabello – 23 de Junho de 2009


 

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