domingo, 20 de fevereiro de 2011






REVOADA DE CORES











À minha filhinha - Ana Letícia - "presente de alegria" ao mundo e à minha vida, desabrochando como papoula e borboleta, força e doçura.




Asas ou pétalas?
Pétalas que voam,
asas multicores.
Campos repletos
de Minas as flores.
Vermelhas e brancas,
paixão e candura,
da lava escura
de antigos amores.

Formas esparsas
de balouçar pendente,
transformam-se em garças
pela leveza e graça
de antenas e asas,
de corolas e sementes.

              Rosadas, violáceas,              
rubras e amarelas,
borboletas e papoulas:
tinturas de ócio,
cápsulas de ópio,
láudano da sorte,
euforia de sonhos
ou heroína da morte?

Flutuam em hastes,
que os ventos tensos
nas asas a flux
dos jardins suspensos,
bordam formas e cores
no voo de flores.

Seu beijo adejante
é aurora, esplendor.
Espalha a brilhante
semente contida,
transformada na lida
pela arte da cor.

São feridas encarnadas
ou tropeços da vida,
esvoaçantes papoulas,
borboletas coloridas,
são tênues cambraias,
de rendadas saias.
Transmutam em segredo
os antigos algozes,
de diferentes amores
agora em degredo.

De Espanha, amapolas,
são abertos casulos,
crisálidas nascentes,
liberdade latente,
enigma, mistério.
Vicejam suas metas,
florescem nas formas,
metamorfoses cometas.

De sementes renascem,
transmutadas fenecem.
São paixões redivivas,
tecido que esgarça
na força do tempo,
que vem e que lassa.

São cálices oscilantes,
de efêmera beleza.
Plenitude fugaz,
pendões delicadeza.
Sutileza e doçura,
força e fragilidade,
contraste pulsante
de amor e ternura.

A brisa as enlaça
borboletas e papoulas,
numa dança de ninfas,
num leque de cores,
numa viagem de sonhos
que adormece as dores
no projeto infinito
de Hipnos - o sono,
de Nix – a noite
de Eros – o grito.

Celina Rabello - 30 de Junho de 2009



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