quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

RELATIVIDADE



Tela de Salvador Dali - pintor surrealista

Amar é viver o meu tempo
no tempo do outro.
Filosofia e Física - estradas paralelas.
Qual é o meu tempo?
Qual o tempo do outro?
Se o que existe é o espaço-tempo
ou o continuum tempo-espaço.

Tudo depende de um sistema referencial.
Você é o designer do seu mundo.
Cria e recria o seu universo.
Apesar de uni,
são tantos os versos
em direção ao UM.

Todo tempo é relativo,
o grego assim ensinou:
se é do relógio é cronos,
se dos sentimentos Kairós.

Dor, alegria, aflição,
espera, angústia, prazer,
são coisas subjetivas
ligadas ao coração.
Ou escoam bem depressa
ou tendem à perpetuação.

Caminhamos por vias expedicionárias
para Aquele que é alfa e ômega -
destino dado,
perdido e resgatado.
Caminhamos por veredas tão tortas,
tão relativas, tão subjetivas.
E marchamos para o Absoluto -
pura compaixão do Criador.

Todavia, toda via é só uma via
em meio a tantas.
E pensamos que a nossa
é a mais reta, mais direta, mais certa.
Você é a seta.
E a vida, o arco
na mão do Arqueiro.

Vivemos em um sistema de intermutabilidade.
O grande cientista comprovou:
energia e matéria se equivalem.
A densidade da matéria
contém a luz libertadora.

Aperfeiçoemos o voo.
Cada asa machucada,
sua ou minha,
é um retrocesso na viagem.
Meu destino é o UNI,
que se manifesta no verso.
“No princípio era o verbo.”


Celina Rabello – 02/02/2010


Um comentário:

  1. Tenho ternas lembranças dessa casa onde fui muito bem acolhida.Beijos Tamira

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